Faltas no trabalho, desatenção, preocupação, stress, redução da produtividade, aumento de acidentes e até mesmo pedidos de demissão são muitas vezes causados por problemas relacionados à saúde financeira dos funcionários. Com o aumento crônico e gradativo do endividamento no Brasil, as empresas vêm se atentando para este problema e buscando soluções que possam gerar resultados reais e duradouros para seus funcionários e conseqüentemente para a própria empresa. Para sanar este problema e implementar uma cultura interna de educação financeira as empresas tem apostado em programas in company.
A educação financeira é hoje um ponto fundamental a ser inserido nas empresas, pois elas estão percebendo que apenas palestras não são suficientes. Para haver uma mudança de comportamento é necessário algo a mais. O endividamento impacta, e muito, no trabalho e na produtividade da empresa. Mini cursos, acompanhamento individual e até a orientação de um consultor financeiro no caso de negociação de dividas com credores tem sido um investimento com retorno garantido.
Dentre os erros mais comuns dos funcionários estão incorporar o cheque especial ao salário e ter um padrão de consumo acima da realidade de renda, à custa de alternativas de crédito com juros muito altos como: cheque especial, cartão de crédito e empréstimos pessoais. Algumas medidas podem ser adotadas para que as empresas ajudem os seus funcionários com suas finanças, por exemplo, especialmente para funcionários com até um ou dois salários o ideal é que seja criada uma conta salário, que não possui custos de manutenção e permite apenas saque. Outros tipos de conta geralmente permitem o envio de cheques e cartões além de seguros que rapidamente podem comprometer 50% do salário.
O trabalho de educação financeira nas empresas passa primeiro pelo entendimento do perfil e das necessidades da empresa, além dos resultados esperados. Na maioria das vezes esta conversa se dá por meio do departamento de Recursos Humanos, Assistência Social ou das Cooperativas de Crédito das próprias empresas. Uma vez entendido o problema é desenvolvido um programa que pode contemplar de um a quatro módulos, ou até mesmo acompanhamento individual para questões mais crônicas. Com o método dos workshops in company são trabalhadas as vertentes teórica, prática e vivencial que inclui atividades, exemplos e exercícios em grupo, por meio de três pilares de atuação: Planejamento Financeiro, Finanças comportamentais e Visão de Futuro.
Em alguns trabalhos já desenvolvidos, as empresas perceberam que os funcionários pararam de pedir empréstimos desnecessários e inclusive houve uma diminuição do desperdício na empresa. As atividades despertam também nos funcionários, a prática do planejamento familiar, trazendo um saldo positivo pra todos.
Rodrigo Ventre
Sócio-diretor da Vitadenarium Consultoria
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